domingo, 6 de dezembro de 2009

Tudo acaba em pizza, até uma conversa no ônibus


Era só mais uma sexta-feira... e eu estava muito alegre, pois esse santo dia exerce um poder de revigoração muito grande em mim. É o fechamento do que considero um ciclo, ou seja, o tão esperado final de semana! Afinal, a energia de toda segunda-feira vai se partindo aos bocados na terça, na quarta, na quinta e, na sexta, estamos a postos para recuperá-la. E assim é ao longo do ano, toda semana. Eram 7h30 da manhã e eu, ansiosamente, esperava o amarelinho (apelido carinhoso do ônibus S55)  para ir pro trabalho. E 3 minutos depois, lá vem ele, cheinho, cheinho. Bati a mão e o motorista parou imediatamente. Para minha sorte, fui a primeira a entrar e, mesmo com o corredor cheio, me dirigi ao fundão, onde tem sempre uma cadeira escondidinha, bem no canto. Pronto, eu tava certíssima. Pedi licença e me sentei. Só por isso, a pessoa que gentilmente "cedeu espaço para eu passar" disse: nossa, esse ônibus anda sempre tão cheio, né? Sim. Fui obrigada a concordar, pois era a pura verdade. Era uma moça de uns vinte e poucos anos, que também estava indo pro trabalho. Ela começou a dizer que graças a Deus era sexta-feira, pois ela era pizzaiola em um supermercado e que durante as últimas semanas tinha trabalhado sempre em dobro, ficando  muito cansada. Então, para distraí-la de possíveis reclamações, perguntei a ela como se fazia uma pizza. E lá fomos nós, entre as curvas, trocando receitas. Fiquei sabendo ainda de uma série de técnicas usadas para abrir uma pizza com as mãos, formando um disco uniforme que depois é generosamente recheado conforme o pedido do cliente. O tempo que se gasta para isso? Apenas 3 minutos. E se extrapolar, tem logo um "gerente-espião-dedo-duro" te chamando de lerdo, pouco produtivo e cego, afinal, você não deve ter visto o tamanho da fila de espera por uma pizza quentinha, no forno à lenha, mas que certamente carrega o gostinho da revolta das "máquinas humanas" que a produzem. E foi assim... Por fim, ela se levantou da cadeira, deu sinal para parar no próximo ponto, me deu tchau, um bom dia de serviço e, eu respondi: um ótimo dia de trabalho para você também! Tenho certeza que hoje você fará pizzas mais saborosas que ontem! E ela: Deus te ouça. E chegou ao seu destino... Coloquei meu fone no ouvido, o som alto e cantarolei mentalmente, se é que me entendem: "It's a beatiful day. Don't let it get away..." e não deixei mesmo. Me apropriei da intensidade do Bono Vox e fiz disso um hino para o meu dia, que soou como um mantra para os meus ouvidos, ou oração, para os mais tradicionalistas.

3 comentários:

  1. Adorei!
    O amarelinho pra mim é o pão de forma!
    A moça da pizza é casada? rs

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  2. Ei Max!!! Pão de forma é ótimo! Bom, da próxima vez que eu encontrar com ela, pergunto, ok?

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  3. Oi Jackie, obrigada pela visitinha no blog.
    Já estou te seguindo pra saber das novidades.

    Beijos
    Daiana
    http://realizandoumsonhoembh.blogspot.com

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